O Ministério da Saúde iniciou hoje a etapa de vacinação contra a Gripe A para homens e mulheres com idades entre 20 e 29 anos. Ou seja, minha faixa etária. Já tinha visto matérias sobre o assunto, mas como são vários grupos que terão prioridade em receber a vacina, havia esquecido que eu estava incluída nessa. Como se trata de uma vacina nova, aumentam as dúvidas sobre a sua eficácia e possíveis alergias. Bem, vi hoje no site da Veja um tira-dúvidas bastante esclarecedor. Compartilho com vocês.
1. Quais grupos da população devem tomar a vacina?
Segundo o Ministério da Saúde, devem ser vacinados os quatro grupos indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS): gestantes, indígenas, doentes crônicos e trabalhadores de serviços de saúde envolvidos diretamente no atendimento aos pacientes. Além desses, mais três parcelas da população receberão as doses com base nos dados epidemiológicos nacionais: crianças entre 6 meses e 2 anos de vida e adultos de 20 a 39 anos.
2. Por que só alguns grupos foram priorizados?
Os especialistas explicam que essa foi uma estratégia do Ministério da Saúde para focar a vacinação em parcelas da população em que foi registrada a maior incidência da influenza H1N1, em 2009. De acordo com dados do MS, entre as pessoas que apresentaram síndrome respiratória aguda grave por influenza pandêmica, 22% eram gestantes. A incidência de ocorrências também foi alta em doentes crônicos, crianças menores de dois anos e adultos com idade entre 20 e 39 anos. Os indígenas foram incluídos no grupo por conta da vulnerabilidade a infecções. Já os profissionais da saúde foram vacinados para garantir o funcionamento dos serviços de atendimento à população.
3. Quem são os doentes crônicos?
Basicamente, são pessoas que sofrem com obesidade, diabetes, doenças respiratórias, problemas cardíacos ou imunodepressão. Confira a relação completa seguir:
4.Quem perdeu a data indicada para seu grupo populacional ainda pode se vacinar?
Segundo orientação do Ministério da Saúde, é preferível que as pessoas sigam o cronograma de vacinação. A solicitação da vacinação após o prazo vai depender da interpretação de cada unidade de saúde – já que o caso será encarado como exceção. As mulheres que engravidarem depois de 23 de abril ainda podem tomar a vacina até 21 de maio.
5. Clínicas particulares oferecem a vacina?
As clínicas privadas poderão disponibilizar a vacina a toda população – inclusive para quem não faz parte do grupo prioritário – desde que as doses compradas estejam registradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo o MS, não há impedimento para que as clínicas ofereçam a vacina. O que pode ocorrer, nesse caso, é a limitação da disponibilidade do produto, que depende do fornecimento dos laboratórios produtores.
6. Tomar a vacina contra a gripe A elimina a necessidade da imunização contra a gripe sazonal?
Não. Um idoso com doença crônica, por exemplo, terá que tomar uma vacina em cada braço – uma contra a gripe A, outra contra a gripe sazonal. No futuro, há previsão de que as clínicas particulares disponibilizem uma única dose, eficaz contra várias gripes.
7. Qual a eficácia da vacina utilizada no Brasil?
De acordo com Nancy Bellei, estudos mostraram que a efetividade da vacina ultrapassa os 90%.
8. É verdade que somente duas doses da vacina garantem a eficácia dela?
Não, isso é um boato. "No início, quando se estabelecia o combate à pandemia, acreditava-se que seriam necessárias duas doses por pessoa. Depois de estudos, percebeu-se que uma só dose é extremamente eficaz em adultos", esclarece Nancy Bellei, da Unifesp. Segundo o MS, as crianças entre 6 meses e 2 anos devem tomar "duas meias doses da vacina contra a Influenza H1N1 – sendo que a segunda meia dose é aplicada 30 dias depois da primeira".
9. A vacina disponibilizada pelo governo é segura ou trata-se de um medicamento em fase de teste?
"As pessoas não têm porque pensar que estão sendo cobaias da vacina", atesta o infectologista Juvêncio Furtado, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor da Faculdade de Medicina do ABC. "As vacinas brasileiras foram feitas por laboratórios que têm tradição. Não é nada experimental. Para que elas chegassem ao mercado, passaram por vários testes que mostraram segurança e eficácia. Além disso, tivemos o privilégio de receber depois da America do Norte", complementa o infectologista e professor da Unifesp Eduardo Medeiros.
10. Todos podem tomar a vacina ou há contraindicações?
Segundo o MS, a única contraindicação é para pessoas alérgicas a ovos – uma vez que esta vacina é produzida em ovos de galinha. Os especialistas também chamam a atenção para pessoas que têm alergia severa ao timerosal, presente no antigo merthiolate, já que ele também faz parte da composição da dose.
11. Informações que circulam na internet afirmam que o mercúrio encontrado na vacina poderia causar autismo em crianças. Outros textos dizem que a vacina tem células cancerígenas. Isso é verdade?
Não, são apenas boatos. Segundo o MS, "a concentração de mercúrio é usada para evitar crescimento de fungos ou bactérias, no caso de a vacina ser contaminada acidentalmente". O conservante, que não possui uma dose prejudicial, é utilizado também em outras vacinas tomadas rotineiramente pelas crianças. O texto que fala sobre as células do câncer não tem nenhum embasamento científico. "Em geral, as pessoas não costumam conhecer todos os componentes de uma vacina. Mas como essa ganhou destaque na mídia, abre espaço para que mentiras circulem", explica a infectologista Nancy Bellei, da Unifesp.
12. Quem é vacinado pode ficar gripado logo em seguida?
Não. Segundo explicam os especialistas, essa é uma crença popular que não se confirma. Na época em que a vacina é aplicada, circulam diversos vírus respiratórios diferentes – que não o da gripe em questão –, e as pessoas podem adquiri-los, pois não estão imunizadas especificamente contra cada um deles. Mas isso não tem nenhuma ligação com a aplicação da vacina contra a gripe A, que só possuí uma pequena quantidade do vírus da gripe, incapaz de provocar a contaminação.
13. Quais são os efeitos colaterais da vacina?
Segundo a infectologista Nancy Bellei, da Unifesp, menos de 1% dos vacinados pode ter dor no local da aplicação, febre e mal-estar. Em casos raros, as pessoas podem apresentar reações alérgicas.
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Olha o que os finos e fofos disseram