Foto: Google |
Nesta semana, Marshall McLuhan completaria 99 anos, se vivo fosse; o mestre não está conosco há quase 30 e a frase que muitos entendem sumarizar suas teses ("o meio é a mensagem") foi escrita há mais de 45 anos. Neste quase meio século, aconteceu muita coisa.
O universo informacional teorizado por McLuhan era primordialmente de comunicação para disseminação de conteúdo; o mundo que vivemos cada vez mais intensamente parece ser outro, de conectividade para interação entre agentes independentes.
As plataformas informacionais que suportam conectividade para interação permitem que a periferia se expresse sem o controle ou editoria do programador central e que interajam, com o centro e como pares, numa nova e não mediada forma de expressão, em muito larga escala. Dito de outra forma, estamos vivendo um período em que a audiência está se transformando em comunidade.
Esse é o trecho da coluna mensal do cientista chefe do Centro de Estudos Avançados do Recife (Cesar), Sílvio Meira, publicada ontem na Folha de São Paulo. Foi lendo-a que o cientista começou sua palestra, também ontem, no 9º Fórum Pernambuco Inovador, no auditório do Porto Digital.
Partindo da teoria estudada por todos nas faculdades de comunicação, Sílvio Meira explicou o novo meio que estamos vivendo: não há mais meio como mensagem. Hoje podemos escolher com quem e com o que queremos nos conectar. E disse mais: nas redes sociais, somos todos programadores. "O Twitter e o Facebook não são apenas redes sociais, são também programadores. Não programamos mais apenas computadores, mas toda a web", disse.
Sílvio Meira, que pensa anos-luz a nossa frente, afirma que o impacto disso é revolucionário, pois cada um poderá criar a sua própria rede. "As consequências disso? Ainda nem conhecemos", completou. Mas os dados têm tudo para tornar boa parte dos brasileiros em rede. Para isso, o cientista usou um exemplo prático. A informatização das empresas brasileiras começou na década de 80. Hoje, 99,5% estão conectadas à internet, segundo pesquisa do Sebrae.
Em 2010, estamos vivendo a informatização das pessoas. Em países desenvolvidos e com alta qualidade de vida, como Finlândia, Suécia e Noruega, está sendo iniciado o processo de criação de leis que garantem o acesso e participação na web dos cidadãos. Acesso à internet será direito fundamental, como saúde e educação. Modernidade? Desenvolvimento? Não, apenas sinais dos tempos.
No Brasil, podemos ainda estar longe disso. Mas há esperanças. O Plano Nacional de Banda Larga, previsto para começar a ser aplicado já em 2011, prevê a inclusão de 75% da população brasileira na grade rede nos próximos 10 anos. Em muitos lugares do mundo, esse acesso pode chegar a 100%.
"É o começo do processo e surgimento de um novo público: aquele que programa a própria rede. O conteúdo tido hoje como cultura clássica passará na rede passará a ser chamado de cultura digital. Mas isso ainda será difícil de se aplicar no Brasil, onde a maioria da população é ignorante", finalizou Meira.
Que lições podemos tirar disso? Pense, reflita, faça a sua rede.
COmo assim "Foto: Google"?
ResponderExcluirFoi alguém do Google que fez esta foto?
Você é jornalista e não sabe como se credita uma imagem?
Não, estou esperando algum idiota me ensinar.
ResponderExcluir