Pelas propagandas que mostram pessoas hospitaleiras e praias paradisíacas, a cidade de Maceió, capital do Estado de Alagoas, a apenas 285 quilômetros do Recife, é uma boa pedida para feriados e férias. Foi atrás disso que passei o feriado de Finados lá. Mas, na prática, a coisa não é bem assim.
Começando pelas estradas. Ou você vai pela via litorânea, 50 quilômetros a mais de estrada, e pega o engarrafamento de seis praias até lá, ou você vai pela BR-101. O grande problema da rodovia federal é que ela está em obras até a cidade de Palmares, na Mata Sul pernambucana. A rodovia está sendo duplicada há, pelo menos, três anos e meio. Como apenas uma faixa está liberada, na maior parte da estrada, você anda sem sinalização. O trecho entre Palmares e a divisa de Pernambuco com Alagoas está quase intransitável. À noite então, cuidado para não rasgar um pneu em um buraco ou remendo do asfalto. Quando se chega em Alagoas, a coisa melhora, vira um tapete.
Aí depois de você superar o rally, quer se esbaldar nas praias. Ok, vamos à Praia do Gunga, um pedaço do paraíso no litoral sul, um pouco depois da cocotagem e lotada Barra de São Miguel. As barracas não se prepararam para o feriado. Pedimos uma porção de agulha frita e havia acabado. Pedimos uma pina colada e não tinha abacaxi. Ok, mudamos de barraca, tomamos uma água de coco, demos um mergulho no mar de uma cor espetacular e fomos embora.
Na volta, entramos na Barra de São Miguel. Acho que o recolhimento de impostos das mansões que têm lá não é suficiente para colocar placas de trânsito. Simplesmente não tem nenhuma indicação informando para que lado fica a praia ou outros pontos da cidade. O que achamos que é a “Rua da Balada” tem quatro ou cinco restaurantes. Viva Porto de Galinhas!
Como saímos da praia relativamente cedo, resolvemos dar uma volta pelo Centro de Maceió para conhecer alguns prédios históricos. Tirei fotos de dentro do carro, pois a cidade estava completamente deserta, sem policiamento e repleta de cheira-colas. Ou seja, risco iminente de assalto. Deixei de visitar prédios como a sede do Governo Estadual e Assembleia Legislativa.
Mas, como somos brasileiros e não desistimos nunca, escolhemos um dos aparentemente aconchegantes restaurantes que tem na orla de Maceió para jantar. Passamos na noite anterior por um super simpático, Carlito, na Ponta Verde. A logomarca lembra a bandeira da Itália, então logo achamos que seria uma ótima opção para comer uma boa massa. Quando nos aproximamos, um banner vendia a casa como “o melhor camarão de Maceió.” Hein? Com uma bandeira da Itália? Ok, problema de identidade.
Sentamos e pedimos um parmegiana. O spaghetti veio nadando em molho e tivemos que pedir para o garçom colocar guardanapo na mesa. Coisas básicas que uma equipe treinada não deixaria passar. Quando saímos, perguntamos quem era o maitre e a casa não tem um. Ok, perguntamos pelo gerente e... também não tem! “Quem cuida do restaurante, então?”, questionamos. “O dono, que só faz pegar no nosso pé. Aqui é se vira nos 30, meu querido”, respondeu o garçom, provando que nunca passou por um curso de capacitação para atender num bom restaurante, que recebe muitos turistas.
A noite foi salva pela parada na sorveteria Bali, que tem mais de 70 sabores a sua escolha. Um verdadeiro suplício para uma geminiana convicta como eu. Mas me decidi pelos chocolates e provei dois sorvetes espetaculares – Ovomaltine e Leite Ninho. Com calda de chocolate e farinha láctea por cima, é simplesmente divino.
No dia seguinte, aproveitamos o dia de sol e fomos fazer o famoso passeio das piscinas naturais da Pajuçara. O espaço é pequeno para as cerca de 40 jangadas que estavam lá, cada uma com , pelo menos quatro turistas, além de três barcos-bares, fritando peixe e fazendo drinks com vodca de quinta. Me senti no Piscinão de Ramos, mesmo sem nunca ter ido lá. A poucos metros, fica uma outra piscina, chamada de “aquário”, pela presença de peixes bonitinhos e adestrados para se alimentarem dos pães dados pelos turistas.
Mais uma vez, viva Porto de Galinhas! As piscinas do nosso litoral são mais atrativas, mais conservadas e com exploração turística mais organizada. E a água nem é tão cristalina assim. Quando descemos na praia, o jangadeiro vem com essa: “Falta pagar o passeio pro aquário.” Hein? Já havíamos pago R$ 20 por pessoa para o passeio de menos de duas horas. “Mas o aquário é outro passeio.” Depois de uma contra-argumentação, deixamos mais R$ 10 com ele. O passeio acabou saindo por R$ 25 por pessoa. Reclamamos na cooperativa. A situação ficou chata e constrangedora para nós e para o simpático casal de Curitiba que foi conosco na jangada.
Resolvemos almoçar em mais um restaurante da orla, desta vez o Camarão Pimenta. Na entrada, havia uma placa informando “Proibida a entrada de vendedores ambulantes.” O que deve ser um mero item de decoração, pois fomos abordados, em cerca de uma hora que ficamos lá, por uns 20 ambulantes e pedintes.
Uma senhora idosa olhou para o nosso prato de uma forma que fiquei constrangida em estar comendo. É como se eu estivesse cometendo um crime em trabalhar e poder me divertir e comer bem num final de semana prolongado, enquanto uma pessoa aparentemente com fome lhe pede um trocadinho. Enfim, um constrangimento desnecessário, que poderia ser evitado pela gerencia do restaurante.
Na saída, mais uma vez perguntei pelo maitre, e a moçinha que estava no caixa (não tinha máquina do Visa wireless), respondeu com um espantoso “Quem?” “O gerente. Ele está aí?”, insisti. “Não, só à noite. Mas eu vou repassar a sua queixa.” Aposto que se eu for lá amanhã, os ambulantes continuarão entrando lá. Ah, detalhe: metade dos ambulantes é de crianças, vendendo DVDs piratas. No mínimo, exploração de trabalho infantil.
Resumo: o que percebemos é que, como no Recife, o setor do turismo não está preparado para receber. Lá, não se tem uma cultura da capacitação, da qualificação profissional. Uma situação impossível de se imaginar para uma cidade com uma quantidade imensa de hotéis a beira-mar e com atrativos turísticos tão bons. Uma pena. A propaganda boca a boca é melhor. A indicação para amigos de um lugar que você gostou é, na minha opinião, a melhor recompensa para um dono de restaurante. Coisa que não farei sobre Maceió.
Amiga
ResponderExcluirisso foi um feriadão de passeio ou uma narrativa de filme trash?!
Vote!!
bjs
Acho que o seu problema é outro, vc deve ser uma não amada querida. Porque vc não vai para as ilhas gregas, porque provavelmente não tem grana pra isso, aprenda a valorizar o que Deus em sua infinita bondade nos deu de presente que é este pais maravilhoso que só não é melhor por existirem pessoas como vc.
ResponderExcluirQue alguns (nao a maioria) pernambucanos sao reconhecidos por seu ar de superioridade e certo nível de empácia e arrogância, talvez resquício de um passado de prosperidade outrora existente, isto eu já sabia. Mas ter que debochar de algo que é reconhecidamente maravilhoso como o litoral alagoano,era o que faltava ("nao basta ser o melhor, tem que fazer com os outros sejam piores")
ResponderExcluiraff... vc so sabe falar "viva ao porto de galinhas"?(parec ate q vc so conhece essa praia,pra elogiar tanto e sinceramente nem vejo essa beleza toda pra esse seu exagero d elogios)
ResponderExcluirsou de Goiana-Pe e atualmente moro em maceio...concordo com as duas pessoas a cima. por favor ver se sai um pouco dessa praia e va pra outras q poucas pessoas conhecem ai msm tipo,catuama,atapuz,guadalupe,coroa grande,muro alto... tem tantas!(talvez vc nao va por ser dificil o acesso)
defendendo um territorio que ja pertenceu a pernambuco:
1. cocotagem tem em todas as praias;
2. as mansoes q vc viu na barra de sao miguel a maioria sao pousadas i casas de praia q muitas sao alugadas pra passar temporadas;
3. existem mapas i gps;
diferente de pernambuco...somente uma ou duas praias estao poluidas, nao tem ataques de tubarao (em boa viagem ja foram 54 ataques com 13 mortes)
Prezado(a) leitor(a) anônimo(a) e covarde (assine da próxima vez),
ResponderExcluirAo contrário do que o(a) senhor(a) você pensa, conheço sim - e muito bem, por sinal - o litoral pernambucano. Inclusive praias menos frequentadas como Atapuz e Carne de Vaca, conforme o(a) senhor(a) indicou.
Caso o(a) senhor(a) não saiba, o setor de turismo é um dos que mais emprega e gera renda no mundo. E as capitais e cidades litrâneas do Nordeste vivem muito disso. Cobrar bom atendimento por um serviço que estou pagando (e caro), é o mínimo.
O(a) senhor(a) jamais veria situações como essas que passei em Maceió em cidades como Gramado, no Rio Grande do Sul. Aliás, o(a) senhor(a) já saiu do Nordeste para saber como um turista deve ser (bem) tratado? Não precisa ir muito longe não. Vá ao Rio de Janeiro. A coisa lá é bem diferente.
Caso o(a) senhor(a) queira continuar discutindo assunto, estou à disposição. O e-mail de contato do blog éblogfinosefofos@gmail.com. Ou, se preferir, pode dialogar aqui nos comentários mesmo.
Atenciosamente,
Mariana Araújo
Cidadã que não tem medo ou vergonha de dizer o que pensa
Cara Blogueira,
ResponderExcluirAdoro o seu Estado - Pernambuco - mas você tem que reconhecer que há muitos problemas no setor de turismo!! e principalmente na sua amada Porto de Galinhas. As praias estão longe da beleza das de Alagoas e o serviço nas praias de ambulantes e de "mundiçada" é enorme. Dependendo do restaurante que você vá também é mal atendido.
Aqui em Alagoas tem os mesmos problemas que sua amada Porto de Galinhas. Dependendo de onde você escolha comer pode se decepcionar. Se você é tão exigente, deveria ter escolhido um local mais sofisticado, pois esses restaurantes que você comentou, são elogiadissimo para quem frequenta.
Barra de São Miguel, não é local para turismo de massa (como você foi atrás), o atrativo de lá é justamente as praias desertas que as pessoas podem ir com crianças e aproveitar o sossego.
Alagoas tem as praias mais belas com atrativos pitorescos do Nordeste. Então ela continuará por muito tempo sendo um destino muito procurado e de indicação para outras pessoas.
De toda forma, estaremos de braços abertos para quando você voltar, porque com certeza, você voltará.
Marina