No fim, somos todos criaturas da química, e uma das grandes conquistas nesse fim de século foi controlar a química que nos controla. Assim, muitos dos problemas “psíquicos”, sinônimo para o que não tinha explicação orgânica ou solução farmacêutica, passaram a ser tratados quimicamente. Mais importante, descobriram-se soluções químicas para problemas que antes eram só resolvidos com bruxaria ou prótese, como a impotência. O Viagra é o novo símbolo do novo domínio do homem sobre os seus sistemas e tecidos, eréteis ou não.
Mas se o Viagra acaba com o problema, assim, instrumental, não resolve todas as queixas de uma relação sexual. Muitas mulheres sustentam que mais importante que um pênis ereto é um parceiro solícito e carinhoso. Falta a pílula da consideração, o Viagra do antes. Por que não uma pílula cujo efeito imediato no homem seria fazê-lo mandar flores, propor um jantarzinho, quem sabe um cineminha e depois ficar uma hora na cama fazendo beijo de esquimó e falando coisas como “diz going-going-going”? em vez de só esperando o Viagra fazer efeito para gritar “acho que deu!” e pimba.
As mulheres também reclamam do desinteresse do homem depois do sexo. Falta um Viagra Pós-Coital que estimule a conversa filosófica, a reflexão a dois, até um debate crítico,, qualquer coisa para evitar que ele simplesmente vire para o lado e durma, ou pegue o controle remoto.
Ainda não se sabe exatamente como funcionam, em nosso corpo, coisas como a honestidade e o sentimento ético, mas podem muito bem ser processos químicos também. Assim, seria possível as pessoas compensarem suas deficiências nesse terreno com pílulas.
Ainda não se sabe exatamente como funcionam, em nosso corpo, coisas como a honestidade e o sentimento ético, mas podem muito bem ser processos químicos também. Assim, seria possível as pessoas compensarem suas deficiências nesse terreno com pílulas.
Imagine se deputados e senadores conscientes tivessem acesso a Viagras morais como a pílula da fidelidade partidária, que asseguraria não apenas a sua resistência a qualquer tipo de aliciamento como a confiança do seu eleitorado na sua coerência. A História do Brasil seria outra.
Mas antes, claro, teria que haver uma pílula da consciência.
* Crônica extraída do livro “Sexo na Cabeça”, de Luis Fernando Veríssimo.
Notas de hoje:
- Quem está nos preparativos para a Festa de Momo é Elisabete Mercês. A fina e fofa foi personagem de matéria publicada na revista JC desse domingo (08), na qual explica que começa a se prevenir com anetecedência para as viroses típicas da época.
- Mhatteus Sampaio de malas prontas para retornar a São Paulo. Desta vez, receberá o 3º Prêmio Latino-Americano de Jornalismo em Saúde Cardiovascular, na categoria melhor entrevista. A série “Cigarro, seu coração agradece por não fumar” foi veiculada na Rádio Jornal, com o especial sobre Tabagismo.
- Tudo de bom a festa do niver de Leo Dantas, na última sexta-feira (06). O encontro com os amigos foi no bar Vila Madalena, no Pólo Pina. Parte do bar foi reservado para os convidados do fino e fofo. O ponto alto foi a apresentação de um vídeo mostrando fotos do aniversariante com os amigos.
* Envie sua sugestão de texto, nota ou foto para mr2505@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olha o que os finos e fofos disseram