Música se vê ou se ouve?

Coitado do Gustavo, dei esse fora nele com todo o meu bom-humor típico dos piores dias de TPM de uma mulher estressada. Mas também, ele me fez ir assistir a uma apresentação da Orquestra Sinfônica, em pé, no Marco Zero, em pleno domingo à noite depois de um plantão daqueles. A resposta foi dada depois que eu disse que ia me sentar no chão e ele, carinhosamente, argumentou: "se você se sentar, não vai ver a Orquestra".

Ontem (sábado, 13) tive mais uma prova de que música se vê sim. Tive o prazer de assistir ao Recife Jazz Festival, no esplendoroso Teatro de Santa Isabel. Além do repertório do que há de melhor no jazz, os grupos que se apresentaram são de primeira. Quem primeiro subiu ao palco foi o grupo canadense David Braid Sextet, com seu espetacular baixista que conseguiu extrair lindíssimas notas com um dedo machucado. Sim, ele tocou com apenas três dedos. No Brasil, poderia até virar presidente!

Quem fechou a noite foi Irakli and the Louis Ambassadors, da França, com uma espetacular homenagem a Louis Armstrong. E o baterista! Segundo um amigo expert no assunto e excelente companhia para programas como o de ontem, ele foi criado no rock'n'roll. Um show à parte.

Na saída, me ofendi ao ver um homem tomando cerveja. Durante as três horas de espetáculo, não senti nenhum outro sabor na boca a não ser de vinho. Tinto e seco, de preferência. Vontade "matada" em seguida, acompanhada de um delicioso crepe em um charmoso restaurante do agradável bairro de Casa Forte. Sim, é possível fugir da mesmice em Recife.