sexta-feira, 23 de julho de 2010

O que é um jornal?




Foi com esse vídeo que o diretor adjunto de Redação do Jornal do Commercio, Laurindo Ferreira, iniciou ontem sua fala no 9º Fórum Pernambuco Inovador, no auditório do Porto Digital. (Leia texto sobre palestra de Sílvio Meira clicando aqui) O vídeo é uma reflexão sobre o desafio do que é fazer um jornal impresso, hoje. Inclusive, a influência e o papel da web na produção de conteúdos para jornais impressos tem sido tema, pelo menos há seis anos, de encontros da Associação Nacional de Jornais.

O jornal "de papel" vai se acabar? Sem dúvida. Quando? Breve, mas ainda não sabemos exatamente quando. O Jornal do Brasil, um dos mais tradicionais do Brasil, anunciou na semana passada que deixará de circular diariamente nas bancas, mãos de gazeteiros e assinantes para se tornar apenas on line. Nesse caso, foi a melhor solução para aliar a triste falência à adequação dos tempos. Papel de jornal custa caro. E a manutenção das máquinas que o imprimem também.

Esperar para dar uma notícia no dia seguinte é perder tempo. "Um jornal precisa estar hoje onde as pessoas querem e onde elas precisam que o jornal esteja", disse o jornalista. "E isso interfere diretamente no modo do fazer a notícia. O leitor não é mais um mero consumidor de informação. Ele quer fazer parte, compartilhar e também informar. Principalmente o leitor que já foi alfabetizado com a tecnologia", completa.

E esse novo fazer notícia também muda o jornalista, que passa de dono absoluto da informação a mediador de demandas. "Se o leitor tem esse perfil, é preciso mudar também o perfil de quem produz a informação. É a margem que começa a interferir no centro", acrescenta Laurindo.

A prova de que os jornais impressos estão se rendendo à integração dos leitores é, no mais simples exemplo, usar fotos de leitores para ilustrar as matérias. "Não é só estar na rede, é fazer a rede, é usar a tecnologia para o fazer juntos", explica Laurindo.

Mas, depois de assistir a tudo que assisti ontem, esta humilde blogueira que vos escreve, jornalista que atua hoje como editora de mídias sociais e que tenta entender esse mundo de redes com a velocidade com o qual ele cresce, pergunta: onde ficam os conceitos que aprendemos na faculdade? Onde fica a imparcialidade ou a multiparcialidade da informação? Oras, se o leitor pode interferir, ele pode opinar. E opinar não é se tornar parcial?


Sem dúvida, temos que mudar o modo de como fazer jornalismo. Já estamos mudando, na verdade. Colegas publicam em seus perfis no Twitter pautas e mais pautas, furos e mais furos. Isso atrapalha, inclusive, os colegas da "velha escola", que insistem em dar a informação no dia seguinte. O conceito de furo precisa ser revisto. Vale quem der a informação primeiro, seja on line, seja impresso.

Não leio mais jornal "de papel". Confiro o conteúdo diariamente na internet.

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