sábado, 6 de março de 2010

Vizinhos: ame-os ou odei-os

Morar em casa ou em apartamento tem uma diferança muito grande e que vai muito além de um jardim e de um quintal. Eu moro em uma casa. E você deve estar pensando: "Que legal! Um jardim cheio de plantas, um quintal com árvores frutíferas, um cachorro e som de passarinhos. Não é bem assim, Minha mãe é a favor do aquecimento global e há anos mandou colocar lajotas no jardim e cimento no quintal. Só tem um pé de acerola, fonte de vitamina C da família, e eu detesto animais de estimação. Um peixe no aquário está ótimo - não faz barulho, não suja a casa e nem tem que levar para passear.


Além de limites físicos há também outro problema gritante: vizinhos. Os do lado esquerdo são, literalmente, um caso de polícia. Os filhos nos causaram tantos problemas que, quando eles ainda eram menores de idade, fomos parar na GPCA. Outra vez, fizeram uns chingamentos contra minha mãe - uma senhora e 70 anos - que o caso foi até a Delegacia da Mulher.

Do lado direito, não há o que reclamar. Antes, morava uma senhora, que alugou a casa para um casal que depois teve um filhinho que até hoje me chama de "Tia Mari." Que lindo. A casa passou uns dois anos fechada e agora a nova compradora está reformando. Já passou a fase do quebra-quebra, graças a Deus.

Em frente, há anos é uma firma. Sem problemas. No muro de trás, há uma casa de um casal de idosos. Se um dia eles morrerem, só vamos saber porque sentiremos o mal cheiro, de tão calados que eles são.

O problema da vez é a outra vizinha "dos fundos." Uma crente da Universal que coloca no último volume o CD de música gospel de uma cantora que mais parece que saiu redimida de uma banda de brega. E ainda por cima, não achando suficiente, ela ainda canta - ou acha que canta - as músicas com toda a potência que a garganta dela é capaz deliberar. Um inferno, sem trocadilhos. Só gostaria de saber porque todo crente acha que sabe cantar. Atenção psicológos, acho que dá uma boa tese de mestrado.

Hoje cheguei da praia toda gatinha e bronzeadinha e, antes de tomar banho, fui fazer meus afazeres piriguetes do final de semana, como lavar a roupa que larga tinta e que não dá para botar na máquina. A lavanderia fica no quintal. E a crente estava escutando o seu CD no volume costumeiro e berrando como sempre.

Não tive dúvidas. No intervalo da primeira música gritei "Viva o Rock and Roll!" No segundo intervalo, cantei um trecho de uma música do Iron Maiden e ainda gritei: "666! The number of the beast!" Como acho que ela não entende inglês, traduzi. Sou uma pessoa que se preocupa com a educação dos vizinhos. Graças a mim, ela agora sabe venerar o demo em inglês.

Como ela não baixou o volume, resolvi partir para o tratamento de guerra. Peguei o som e fiz toda a engenharia de extensão e cadeira. Coloquei o CD do Cordel do Fogo Encantado, a "música de macumba." Pronto, bastaram três faixas para ela desligar o gospel. Mas eu como eu sou chata e meu cabelo ajuda, deixei o CD tocar todo. Pra ela aprender.

Claro que eu já disse milhões de vezes para a minha mãe para nos mudarmos para um apartamento pequenp num prédio simpático. O clássico "dois quartos, sala em L, varanda e dependência de empregada." Mas ela não quer. Tudo bem. Como, nos dias úteis, passo cerca de 12 horas fora de casa e nos finais de semana também não paro quieta, ela que aguente os vizinhos.

PS1: A grande incidência de aspas em palavras é para evitar processos.
PS2: Acho que da próxima vez vou colocar Legião Urbana para a vizinha crente ouvir. "É a banda daquele gay que usava drogas e morreu de Aids."
PS3: Sim, eu roubei a foto do blog de Mandrey. Afinal, na internet, somos todos vizinhos.

3 comentários:

  1. Olá, invandindo o seu blog!

    É realmente aguentar vizinhos ninguém merece, sempre tive umas excentricidades no lugar de vizinhos, se eu for comentar aqui vou acabar transformando numa extensão ao seu post. Mas fazer o que, enquanto o apartamento não vem hehehe...

    Adorei seu blog, vou add ele nos favoritos do meu..

    beijos

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  2. eu também já tinha roubado a foto da net, querida! quem nunca teve seu espaço invadido? mas, acredite, encontrar um "prédio simpático" não é tão fácil. vizinhança é loteria.

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  3. Ai amiga! pensei que era só eu que sofria com vizinhos barulhentos!! identificação total !

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Olha o que os finos e fofos disseram