segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Por que a pirataria é tão grande?


Não sou muito de publicar textos reflexivos, pensar na vida e discutir questões da humanidade aqui no blog. Mas hoje li na minha previsão astral personalizada que estou passando por um momento muito emotivo. Vai durar aproximadamente um mês porque um planeta que eu não lembro qual é está passando pela casa que também não lembro qual é do meu signo ascendente. Esse eu lembro - é áries. Enfim, tudo indica que será um mês de TPM. Coitado do meu namorado...

Bem, mas acho que o que vou falar aqui não tem muito a ver com o meu estado emotivo, e sim com a situação econômica do nosso país. Hoje vim de ônibus para o trabalho. Tá, até aí nada de mais, pois utilizo o transporte público regularmente para economizar uns reais com gasolina. Ok, podia ser mais chique, dizendo que me preocupo com o meio ambiente e todo aquele papo de ecochata. Mas eu sou sincera.

Sempre passo por uma rua que liga as avenidas Herculano Bandeira e Antônio de Gois até chegar ao prédio ultra tech que trabalho. É rua rua estreita, em frente à igreja do Pina, bem num sinal de pedestres. Em ambas as esquinas da tal rua com as avenidas há os sempre presentes vendedores de CDs piratas. Vendem tudo que é título: filme macho-alfa (aquele cheios de explosões e porrada), desenhos animados para crianças e shows que variam dos mortais pagodes aos chatérrimos cantores gospel.

Mas por que a pirataria, especialmente de CDs e DVDs, é tão grande na cidade? A conta é simples. Um DVD pirata custa R$ 2,00. Uma ida ao cinema de uma família de quatro pessoas num final de semana custa R$ 48,00 (duas entradas inteiras e duas meias). O combo de pipoca mais barato na rede de cinema que domina o mercado custa R$ 11,00. Ainda tem a passagem de ônibus ou o estacionamento e a gasolina. Fora o apelo dos pequenos para lanchar naquela rede do "dois hambúgueres, alface, queijo, molho especial, cebola e picles num pão com gergelim" após o cinema. Enfim, o passeio sai por volta de R$ 100.

Uma ida ao cinema custa o preço de um aparelho de DVD de uma marca inferior numa loja daquela rede baiana que passa três comerciais a cada intervalo da novela. E ainda parcelado em 12 vezes no crediário.

É muito mais fácil para uma família que tenha uma renda de R$ 800 mensais comprar um DVD pirata de um filme que ainda está no cimema do que assisti-lo na tela grande. Para muitos, a diversão nossa de cada domingo tedioso é feita apenas em comemorações. Eu já escutei num ônibus a conversa de duas mães. Uma dizia que era aniversário do filho e que ele tinha pedido para ir ao cinema. Só não ficou sem a festinha (pois o dinheiro seria usado na tarde no shopping) porque a avó fez um bolo e uns salgadinhos para ele levar para a escola.

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