segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Pílulas


No fim, somos todos criaturas da química, e uma das grandes conquistas nesse fim de século foi controlar a química que nos controla. Assim, muitos dos problemas “psíquicos”, sinônimo para o que não tinha explicação orgânica ou solução farmacêutica, passaram a ser tratados quimicamente. Mais importante, descobriram-se soluções químicas para problemas que antes eram só resolvidos com bruxaria ou prótese, como a impotência. O Viagra é o novo símbolo do novo domínio do homem sobre os seus sistemas e tecidos, eréteis ou não.

Mas se o Viagra acaba com o problema, assim, instrumental, não resolve todas as queixas de uma relação sexual. Muitas mulheres sustentam que mais importante que um pênis ereto é um parceiro solícito e carinhoso. Falta a pílula da consideração, o Viagra do antes. Por que não uma pílula cujo efeito imediato no homem seria fazê-lo mandar flores, propor um jantarzinho, quem sabe um cineminha e depois ficar uma hora na cama fazendo beijo de esquimó e falando coisas como “diz going-going-going”? em vez de só esperando o Viagra fazer efeito para gritar “acho que deu!” e pimba.


As mulheres também reclamam do desinteresse do homem depois do sexo. Falta um Viagra Pós-Coital que estimule a conversa filosófica, a reflexão a dois, até um debate crítico,, qualquer coisa para evitar que ele simplesmente vire para o lado e durma, ou pegue o controle remoto.
Ainda não se sabe exatamente como funcionam, em nosso corpo, coisas como a honestidade e o sentimento ético, mas podem muito bem ser processos químicos também. Assim, seria possível as pessoas compensarem suas deficiências nesse terreno com pílulas.



Imagine se deputados e senadores conscientes tivessem acesso a Viagras morais como a pílula da fidelidade partidária, que asseguraria não apenas a sua resistência a qualquer tipo de aliciamento como a confiança do seu eleitorado na sua coerência. A História do Brasil seria outra.

Mas antes, claro, teria que haver uma pílula da consciência.

* Crônica extraída do livro “Sexo na Cabeça”, de Luis Fernando Veríssimo.

Notas de hoje:


- Glauce Gouveia (foto) mostra que é uma foliã de verdade e começa a se vestir para o Carnaval.

- Quem está nos preparativos para a Festa de Momo é Elisabete Mercês. A fina e fofa foi personagem de matéria publicada na revista JC desse domingo (08), na qual explica que começa a se prevenir com anetecedência para as viroses típicas da época.

- Mhatteus Sampaio de malas prontas para retornar a São Paulo. Desta vez, receberá o 3º Prêmio Latino-Americano de Jornalismo em Saúde Cardiovascular, na categoria melhor entrevista. A série “Cigarro, seu coração agradece por não fumar” foi veiculada na Rádio Jornal, com o especial sobre Tabagismo.



- Ed Ruas (foto) na labuta durante a Feira de Turismo de Lisboa, mês passado.

- Tudo de bom a festa do niver de Leo Dantas, na última sexta-feira (06). O encontro com os amigos foi no bar Vila Madalena, no Pólo Pina. Parte do bar foi reservado para os convidados do fino e fofo. O ponto alto foi a apresentação de um vídeo mostrando fotos do aniversariante com os amigos.

* Envie sua sugestão de texto, nota ou foto para mr2505@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olha o que os finos e fofos disseram